União Estável

Dissolução de União Estável com Filhos Menores

A Dissolução de União Estável com Filhos Menores é um processo sensível que exige cuidado especial com os direitos e o bem-estar de todos os envolvidos.

Neste artigo, abordaremos os aspectos legais, práticos e emocionais desse processo, oferecendo informações para auxiliar aqueles que passam pela dissolução de união estável com filho menor.

O que é a dissolução de união estável?

A união estável é uma entidade familiar reconhecida pela lei, conferindo aos companheiros direitos e deveres semelhantes aos dos casados. 

A dissolução dessa união ocorre quando o casal decide romper o vínculo afetivo e de convivência.

Dissolução de União Estável com Filhos Menores: particularidades

Havendo uma dissolução de união estável com filho menor, haverá sempre uma maior atenção e cuidado no seu procedimento, pois existe pessoa envolvida (criança ou adolescente) que merece maior proteção da lei. 

A lei prioriza o bem-estar das crianças, buscando garantir que elas mantenham um vínculo saudável com ambos os pais.

Como realizar a dissolução?

Existem duas principais formas de realizar a dissolução de união estável com filho menor:

  • Via extrajudicial (cartório):
    • Negociação direta: atualmente é possível a dissolução de união estável extrajudicial com filho menor. O casal pode negociar diretamente os termos da dissolução, devendo as discussões relativas à guarda, alimentos e convivência familiar, serem direcionadas ao Poder Judiciário;
  • Via judicial:
    • Ação de dissolução: quando não há acordo entre as partes, é necessário ingressar com uma ação judicial para que um juiz decida sobre as questões em disputa.

Direitos dos filhos

Os direitos dos filhos na dissolução da união estável são fundamentais. A lei busca garantir que as crianças mantenham um vínculo saudável com ambos os pais. 

Na dissolução de união estável com filho menor, alguns dos direitos dos filhos incluem:

  • Guarda: A guarda dos filhos pode ser compartilhada ou unilateral. A guarda compartilhada é a regra geral, pois permite que ambos os pais participem da criação dos filhos e tomadas de decisões.
  • Visitação: O pai ou a mãe que não tiver a guarda terá direito a visitar e conviver com os filhos.
  • Pensão alimentícia: O responsável pela pensão alimentícia deve arcar com as despesas necessárias para a criação e educação dos filhos.

Atenção com eventual alienação parental: É importante respeitar os direitos dos filhos e não adotar práticas que podem configurar alienação parental, que consiste em atitudes de um dos pais que visam, por exemplo, afastar o filho do outro.

Dissolução extrajudicial (realizada em cartório):

Como dito, a dissolução de união estável extrajudicial com filho menor atualmente é possível, ou seja, a dissolução da união estável em cartório.

Importante ressaltar que o Conselho Nacional de Justiça – CNJ, publicou a Resolução 571, de 27 de agosto de 2024, autorizando a sua extra judicialização, mesmo com filhos menores.

Todavia, além da consensualidade dos companheiros, se houver filhos menores, as questões relativas à guarda, alimentos e convivência familiar, deverão ser direcionadas ao Poder Judiciário.

Impactos financeiros

A dissolução da união estável pode gerar diversos impactos financeiros, como:

  • Partilha de bens: os bens adquiridos durante a união serão partilhados entre os ex-companheiros, conforme o regime de bens escolhido.
  • Pensão alimentícia: O responsável pela pensão alimentícia deverá arcar com as despesas necessárias para a criação e educação dos filhos.
  • Custos do processo: A dissolução da união estável geram pagamentos com advogados, custas judiciais ou despesas cartorárias e outros gastos, dependendo do caso concreto.

Dicas para os pais:

  • Priorize o bem-estar dos filhos: todas as decisões devem ser tomadas pensando no melhor interesse das crianças.
  • Mantenha a comunicação: Mesmo separados, é importante manter uma comunicação aberta e respeitosa com o ex-companheiro.
  • Procure ajuda profissional: um psicólogo ou terapeuta de família pode auxiliar os pais e os filhos a lidar com as mudanças e as emoções envolvidas no processo de separação.

Lembre-se

A dissolução de união estável extrajudicial com filho menor é um processo delicado que exige planejamento e cuidado. 

Ao buscar orientação jurídica e apoio profissional, é possível superar essa fase de forma mais tranquila e garantir o bem-estar de todos os envolvidos, especialmente das crianças.

A legislação pode sofrer alterações, por isso, é sempre recomendado consultar um advogado especialista em direito de família para obter orientações específicas sobre o seu caso.

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Autor:

Dr. Antonio Carlos Ramos Pinto

Responsável técnico pelo Ramos Pinto
Advocacia e editor do portal Direito da Família. É
advogado e docente de ensino superior com
mais de 30 anos de experiência, exercendo suas
atividades profissionais em direito de família e
sucessões, direito constitucional e gestão
educacional.

Ramos Pinto Advocacia

Sua atuação jurídica é baseada no exercício de um Direito ético, humano, compreensível
e empático, sempre atento às necessidades específicas dos clientes e suas famílias.

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