Divórcio

Até Quanto Tempo Depois da Separação Posso Requerer Meus Direitos?

Após a separação, surgem diversas dúvidas sobre a divisão de bens e o tempo disponível para reivindicar direitos. 

É crucial entender os prazos e as implicações legais para garantir que seus direitos sejam preservados. 

Este artigo visa esclarecer essas questões, oferecendo informações sobre o prazo de prescrição de partilha de bens e direitos em separação.

Quanto Tempo Depois da Separação Posso Requerer Meus Direitos?

A decisão da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que a partilha de bens não está sujeita à prescrição ou à decadência, e pode ser requerida a qualquer tempo por um dos ex-cônjuges, é um marco importante no direito de família brasileiro. 

Essa decisão, unânime, reafirma que o direito à partilha de bens é um direito protestativo, ou seja, um direito que o titular pode exercer independentemente da vontade da outra parte.

O Que Significa Essa Decisão?

Essa decisão significa que, mesmo que o divórcio tenha ocorrido há muitos anos, um dos cônjuges pode, a qualquer momento, ingressar com uma ação de partilha de bens para ter seu direito reconhecido e assegurado. 

A decisão do STJ uniformiza o entendimento sobre a matéria, evitando decisões conflitantes e garantindo maior segurança jurídica para as partes envolvidas.

Quais São as Implicações Dessa Decisão?

A principal implicação dessa decisão é que o direito à partilha de bens não se perde com o tempo. 

Isso significa que, mesmo que um dos cônjuges não tenha se manifestado sobre a partilha no momento do divórcio, ele poderá fazê-lo posteriormente, a qualquer tempo.

A partir da decisão do STJ, como fica o prazo de prescrição de partilha de bens?

Com a decisão do STJ, em 2024, não existe mais prazo de prescrição para a partilha de bens

Isso significa que você pode requerer a divisão dos bens a qualquer tempo após a separação, mesmo que tenham se passado muitos anos.

Entenda a decisão do STJ:

  • Direito Protestativo: A partilha de bens é considerada um direito protestativo, ou seja, um direito que você pode exercer independentemente da vontade do seu ex-cônjuge.
  • Sem Prescrição: A decisão do STJ elimina o prazo prescricional, que antes era de 10 anos após a separação de fato. Agora, você pode buscar seus direitos a qualquer momento.
  • Segurança Jurídica: Essa decisão traz mais segurança jurídica para as partes, evitando que um dos cônjuges seja prejudicado pela demora em buscar seus direitos.

O que fazer após a decisão do STJ

  1. Reúna os documentos: Organize todos os documentos que comprovam a união, os bens adquiridos durante o casamento ou união estável e a separação.
  2. Procure um advogado: Busque um advogado especialista em direito de família para analisar seu caso e orientá-lo sobre os próximos passos.
  3. Ação de partilha: O advogado poderá entrar com uma ação de partilha de bens para que a divisão seja realizada de forma justa e legal.

Observações importantes

  • A decisão do STJ se aplica a todos os regimes de bens, inclusive à comunhão parcial de bens, que é o mais comum no Brasil.
  • É fundamental agir o mais rápido possível para evitar que seu ex-cônjuge venda ou dilapide os bens, dificultando a partilha.

Essa Decisão Se Aplica a Todos os Regimes de Bens?

Sim, essa decisão se aplica a todos os regimes de bens, inclusive à comunhão parcial de bens, que é o regime mais comum no Brasil.

O Que Fazer Se Eu Tenho Dúvidas Sobre o Assunto?

Em caso de dúvidas sobre o assunto, é recomendável procurar um advogado especialista em direito de família para obter orientação jurídica adequada.

Um advogado especialista em direito de família poderá analisar seu caso individualmente e esclarecer todas as suas dúvidas, oferecendo o suporte necessário para que você tome as melhores decisões.

Por que buscar um advogado?

  • Conhecimento técnico: O advogado possui conhecimento aprofundado sobre as leis e jurisprudências relacionadas à partilha de bens, incluindo a recente decisão do STJ que eliminou o prazo prescricional.
  • Análise individualizada: Cada caso é único e possui suas particularidades. O advogado poderá analisar sua situação específica e identificar os pontos relevantes para a partilha de bens.
  • Orientação jurídica: O advogado poderá orientá-lo sobre seus direitos, as melhores estratégias para defender seus interesses e os documentos necessários para iniciar o processo de partilha.
  • Representação legal: Caso seja necessário, o advogado poderá representá-lo legalmente perante o seu ex-cônjuge e o Poder Judiciário, defendendo seus direitos e buscando a divisão justa dos bens.

Lembre-se:

A decisão da Quarta Turma do STJ é um avanço importante para o direito de família brasileiro, pois garante que o direito à partilha de bens seja exercido a qualquer tempo, sem que a parte contrária possa se opor. 

Essa decisão é fundamental para garantir a segurança jurídica e a justiça nas relações familiares e este artigo tem como objetivo fornecer informações gerais sobre o tema. 

Cada caso é único e exige uma análise individualizada. Consulte sempre um advogado especializado em direito de família para obter orientações precisas e personalizadas para a sua situação.

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Autor:

Dr. Antonio Carlos Ramos Pinto

Responsável técnico pelo Ramos Pinto
Advocacia e editor do portal Direito da Família. É
advogado e docente de ensino superior com
mais de 30 anos de experiência, exercendo suas
atividades profissionais em direito de família e
sucessões, direito constitucional e gestão
educacional.

Ramos Pinto Advocacia

Sua atuação jurídica é baseada no exercício de um Direito ético, humano, compreensível
e empático, sempre atento às necessidades específicas dos clientes e suas famílias.

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